30 de dezembro de 2010

ta desenhado.


'E lá no fundo da mala eu encontrei o seu coração,
lá no fundo da mala eu ainda avistei você'
Lorrânia Viana.

Sabe que eu escutei uma verdade ontem?! Você ainda esta aqui.
Seu nome não sai da minha boca, olho seu corpo e um calor absurdo ainda me esquenta, você ainda esta aqui. Não sei se rio da minha cara ou se tiro algum proveito dessas lembranças.
Sabe carinha, não sinto mais vontade de segurar sua mão, não sinto nem desejo de conversar contigo cinco minutos, mas acho que sou boba demais e não consigo sentir nada ruim com você, para você, por você. Acho que tudo isso é culpa do quarto que você insistia em bagunçar e eu vinha atrás arrumando, da sua mania horrorosa de comer vinagre com salada, do som da sua risada infantil quando você conseguia passar uma fase do vídeo game que tanto gostava, é carinha, passou.
Passou tanto que nem me lembro como era as nossas manhãs, meu deus, olhei os pezinhos de anão que eu tanto amava e cadê?! Cadê aquele aperto gostoso, aquele tique insuportável de mexer o nariz, cadê aquele sentimento de segurar sua mão e explodir o mundo?! Pluft. Sumiu.
E não me martirizo por sumir isso, porque eu sei que o que restou é lindo e duradouro. ‘Te amo como nunca amei ninguém’, é bem por ai mesmo. Mesmo sabendo que você odeia pagode eu ainda me recordo de você nessas músicas bregas e com a melodia horrorosa. Haha.
Ta vendo?! Eu peguei a sua insanidade, sua mania feia de fumar o cigarro parecendo um sapo em estado terminal, eu guardei no fundo do meu guarda-roupa sua camiseta preta, eu preservei você por inteiro. Não dói mais, suas tiradinhas não me ferem mais e eu ainda grito pra você pegar uma cerveja pra mim.
Quando eu penso em você, nos seus desenhos, nas suas músicas, as palavras esvaem na tela rapidamente, você ainda me inspira cara, é fantástico.

É carinha, me disseram uma verdade hoje, acho que eu ainda amo você.

L.



27 de dezembro de 2010

ciso.



'O que importa não é quantas pessoas fazem a obra,
mas sim quantas obras você faz por uma pessoa'
Lorrânia Viana.

Sentada na areia que esfria meus pés, com os olhos fechados, sentindo apenas o ligeiro calor que o sol me presenteia e esvaziando a mente, pronto.
É carinha, você conseguiu tirar do meu peito, do meu corpo, da minha alma aquela dor que me matava a cada respiração e para completar hoje o catalisador disso tudo esta bem ali, com a minha cerveja nas mãos, com os meus óculos nos olhos e conversando com o cara que hoje você me permitiu amar. Destino, conseqüências, seja lá o que for só obrigada.
Ainda com a minha mente vazia, escuto ao fundo as risadas gostosas de duas criaturinhas que me fazem bem, percebo que o tempo é lindo, que quando estamos sangrando por dentro ele se torna nosso inimigo e quando me pego deitada no colo aconchegante o mesmo escorre rápido entre minhas mãos.
Abro os olhos e percebo que ano difícil passei para estar aqui curtindo a brisa do lago, vendo os dois maiores amores da minha vida rindo incessantemente juntos, recordando do irmão que perdi, das amizades que ganhei, das inconseqüências que cometi, das dores que passei e dos destilados que bebi. É engraçado como no final tudo vira apenas final, nada além disso.

O sol esta indo embora mais uma vez. Mal acendo meu cigarro e ao meu lado esta o sorriso mais gratificante do mundo e os olhinhos apertados, é carinha...é.


L.

15 de dezembro de 2010

passa no cartão.


'Publicar um texto é um jeito educado de dizer
"me empresta seu peito porque a dor não tá cabendo só no meu".'
Tati Bernadi.




E no final das contas tudo gira em função do amor, droga.
Aqui estou nesse aquário móvel, aonde todos me enxergam cegamente, onde sento minha bunda nesta cadeira confortável e espero os minutos, só espero. Não que eu não me divirta, não é isso, eu chego a dar boas risadas das peças que encontro e quando percebo por fim estou apenas parada, inerte, olhando sem a pretensão de enxergar, é... não existe vida mais linda.
O belo casal que acabou de passar na minha frente, a delicadeza como ele carrega a bolsa dela, a mulher de meia idade logo à direita comendo despretensiosa com seu marido – suponho. As duas jovens que provavelmente estão contando algum caso ou fofoca, pois riem desvairadamente, a filha de mãos dadas com o pai, são vidas que de alguma maneira se ligam apesar do desconhecido, e ainda tem gente que consegue reclamar do Cara.
Acho que escrevo, penso, re-penso, re-escrevo pra perceber que é uma dádiva acordar e amar. Por um bom tempo da minha – senil- vida eu me senti metade. Acho que foi devido a isso que nunca fui boa em despedidas, na verdade nunca aceitei as partidas, sejam elas minhas ou alheias. Devo boas orações e doses de cachaça a minha psicóloga, ô mulherzinha esperta e falante - ato não muito comum em terapeutas creio.
Eu não sei muito bem o que anda acontecendo aqui dentro, um aperto súbito me toma logo pela manhã quando pego meu simplório celular e vejo a foto brega de fundo e nada de ligações perdidas ou uma mera mensagem. Ê final de ano mais lindo. Haha, não sei se repararam, mas ultimamente (mais exatamente nos derradeiros vinte dias) eu re-encontrei o beijo mais doce, o toque mais suave, o sorriso mais idiota de todos, há pouco – ou muito – tempo eu encontrei você. Acho tão brega esse lance de romantismo e toda essa balela, contudo é espontâneo demais quando me pego olhando que nem uma jumenta para seus olhos, sua boca, eu me odeio em certos momentos por ser você.

Credo que texto auto-explicativo para um final de ano. Creio que é a época que deixa todos tão solidários, alegres e nostálgicos, é se for isso bem, se não for não me importo nem um pouco. Eu só ligo em estar bem, querer bem, só.



L.

7 de novembro de 2010

me guia.



Sinto como se meu coração fosse saltar por minha boca. Os meus braços já não conseguem levantar nem o desenho infantil que um dia você fez para mim. Eu pensei que as estações me trariam a paz que tanto almejo, pelo visto minhas concepções de quietude alteraram.
Eu só penso em olhar nos seus olhos e sentir o gosto dos olhinhos apertados, só quero sorrir contigo ao vivenciar o silêncio que paira sobre nós, eu só penso no dia que vou te ver mais uma vez.
Engano a insônia com boas doses de álcool e inconseqüência, canto as mais divertidas músicas tipicamente deprimentes, levanto os copos em sua memória – como se lamentasse seu sétimo dia. Já se foram cinco meses vividos, intensos, sóbrios, preciso de muitas palavras para descrever, na verdade preciso de você.
Queria poder ser essa fortaleza que você sempre foi comigo, nos dias em que nós dois cambaleamos você arranjou forças da onde não tinha e nos segurou. Ainda hoje lendo as palavras que aos poucos surgem na tela do computador, me deparo com um amor imensurável, com uma saudade que rasga meu peito, nada mudou, tudo realmente mudou.
As lágrimas congestionam na garganta que sente vontade de te dizer que ainda estou aqui, ainda sou sua, de gritar que ainda podemos, mas você já esta longe demais e seus ouvidos estão fechados.
O que eu posso fazer agora é ir pra debaixo do chuveiro, sentir a água gelada no meu corpo cansado e esperar que tudo se resolva.

19 de outubro de 2010

interior.




'Às vezes é preciso levar os olhos para dentro do escuro
e ter coragem de acendê-los.
Ver é a primeira bênção na direção do desaperto'

[Ana Jácomo]
Eu te amo tanto que não te amo mais.
Eu prefiro fingir que não te amo para ver se dói menos.
Prefiro fingir que seu sorriso não me basta para sorrir.
Prefiro fechar os olhos ao ver estes olhinhos apertados que tanto sinto saudade.
Eu prefiro fingir que você é passado para ver se consigo refazer o meu presente.
Prefiro pedir que não chegue perto para não me acostumar novamente com sua presença.
Prefiro fingir que estou com alguém só para ver se você ainda sente ciúmes de mim.
Eu prefiro fingir que sou sua amiga ao invés de viver totalmente sem sua presença.
Prefiro rezar todas as noites para nada do que viver tudo no vazio.
Eu odeio te amar tanto e ver que você não me ama mais.
Eu te amo tanto que hoje você já foi embora.
Eu te amo tanto que não te amo mais.


L.

14 de setembro de 2010

não mais outono.



Ensaio diariamente a música que você fez para mim, neste meu violão pueril recordo o som folk do seu instrumento que tanto gostava. As batidas da guitarra que você tocava tão bem libertam minhas dores, a seqüência perfeita da bateria me ensinou a controlar as batidas do meu coração.
Eu tento assimilar que tipo de sentimento é este aqui dentro, fora, por inteiro, você me consome por completo e ainda vivo por mim?! Que droga é essa que você me fez tomar?! Os pensamentos rodeiam lugares desconhecidos e dorme em você, acordam em sua boca, me deito no seu peito desenhado todas as noites.
O vento fresco finalmente percorre meu pescoço delicadamente, a minha vontade louca de te abraçar e dizer nada é imensa, mas ao mesmo tempo em que ela aparece, puf....cadê? É indecifrável, indescritível, eu nunca senti isso antes. Não me destrói, me empurra com uma força abrupta contra os meus medos e não dói, pelo ao contrário, me faz sorrir a cada amanhecer.

Obrigada você que apareceu nos meus dias, você que constantemente me obriga a ser menos insana, obrigada.
Agora posso começar o espetáculo.

Sejam todos bem vindos.

13 de setembro de 2010

no fear.


Poucas coisas me fazem caminhar segura, nada me tira o sorriso caricato, a vontade do passado, eu me acostumei à insanidade. Minhas crenças não precisam ser expostas, meus medos continuam sendo medos, eu só quero o bem, só isso.
Tudo me indaga e me fascina. 
Quero sempre uma boa roda de amigos (não muitos por gentileza) desejo um abraço sincero, o meu par de chinelos no pé e uma mão protetora. O resto eu me viro, como sempre fiz.



2 de setembro de 2010

de que lado você esta?



De um lado para outro me enroscando no lençol levemente rosado com seus detalhes floridos, a consciência desperta sabendo que preciso abrir os olhos e encarar mais um sol, um delicioso sol. Pego meu travesseiro já desgastado com as viagens insanas que passou, coloco sobre minha cabeça desejando mais cinco minutos desligada, mas não, o caos lá fora me grita.
Por frações de segundo tudo vem, meu deus, os vinte e um verões passam entre minhas pupilas mostrando cada amor, cada queda, choro, amizade, todos.  Ainda insisto em permanecer deitada, imóvel, a TV posta em cima da sapateira liga sintonizada no Jornal da Manhã, o som irritante do meu despertador ao fundo me obriga a levantar, pronto.
Banho. Água quente. Chaves. Coragem. 

Você.

Dirigindo em direção ao nada lutando contra o meu primeiro pensamento do dia, não preciso nem semicerrar os cílios para respirar a saudade. Passando pela praça que tantas vezes cruzamos me pego sorrindo e agradecendo por cada momento, eu sei que daqui a pouco tudo isso partirá, deixando o desconhecido e a alma leve. Sei que daqui a pouco vou me assentar perante bons abraços amigos, sorrisos silenciosos, vou me derramar no meu amor.
O carro em frente é apenas um das dezenas que engarrafam uma das avenidas principais desta metrópole, já não ligo pro atraso, não me amedronta a cara desgastada pelo estresse do meu chefe, só me importo quando cedo, apenas.
Troco incessantemente as fm’s que meu rádio barato sintoniza, cada palavra dita, cantada, gritada me recorda a sua paixão pela música, as letras que foram escritas para mim, as vezes que você tocou esperando apenas meu sorriso.
O carro atrás buzina freneticamente para que eu avance. Você ainda mexe comigo. Olho pro relógio e sei que o dia será longo, mas hoje será diferente, sem você, sem a dor habitual. A falta de ar mudou o motivo, estaciono em frente à fachada já conhecida e sei que tudo vai ficar bem.

Vai sim.

L. 

24 de agosto de 2010

despedida.


Acho que minhas análises semanais não suportam tanta informação e peculiaridades expostas em apenas sessenta minutos. Simplesmente não ligo mais, pra nada, para ninguém, não, não E não, compreende?!
Eu já chorei por diversas vezes por amores não correspondidos, não só aquele carnal, sexo, desejo, me debandei em lágrimas insanas por companhias despretensiosas e algumas, confesso, que não fiz muita questão de cultivar, não mais. Minha mesa anda tão vazia, meu coração em segundo plano, sentindo apenas aquilo que lhe convém.
Me adora, me satisfaça e vê se não demora, cansei dessa armadura, cada qualidade não exposta, cada maldade não revelada, cada pecado não cometido, ta na hora não acha?! Aperto o start e mando o fracasso pros corações alheios. Acho que nem isso estou desejando à la vonté, o egoísmo habitou aqui, sim, sim, sim.  Não da para continuar, mantendo algo que não existe, não da para esconder o ego ferido, cansei.
Ai, a semana começa, o calor infernal dessa cidade abençoada derrete minha doce paciência (adquirida após muitas meditações), vou-me embora na expectativa de que amanhã terei uma roda verdadeira, com risadas verdadeiras e amor verdadeiro.

Morri.

L.


19 de agosto de 2010

fp.




Eu não quero dizer nada na verdade, só quero conhecer o desconhecido, me aventurar em algo descoberto, quero me perder nas novidades antigas. Nada mais me apetece de tanto amor, ainda permanece aqui aquela lembrança dolorida dos seus beijos. O celular toca e a vontade louca da sua voz vai embora, por quê?!
Hoje eu não quero pensar em mais nada, alias, quero pensar em como é seu rosto, seu sorriso, seu jeito de segurar minha mão, hoje eu vou dormir pensando em você. Nessa semana isso esta se tornando rotineiro, espero que dure mais, bem mais.

L.

10 de agosto de 2010

doze.


Eu vou te guardar aqui bem no coração inteiro, nada pela metade, nunca fomos assim. Cada momento que vivi ao seu lado eternizou, os segundos hoje param quando me vêem nos olhos os sorrisos distribuídos gratuitamente. Algumas coisas não mudam porque simplesmente não chegou a hora, eu ainda acredito que você sabe o caminho de volta pra casa, a pracinha, as flores, o drama. Agora vou me virar, soltei a sua mão e estou reaprendendo a dar os primeiros passos, é gostoso. Deitada em minha cama sem molas, recordo as peripécias que já vivi, os choros infindáveis que cessaram nos beijos alheios, as noites que duraram dias, recordo que estou apenas começando.
O vento frio da manhã traz consigo o medo da novidade, nada mais natural, porém este mesmo temor que me assola me empurra para frente, me instiga a viver no caminho que julgo certo e encontrar logo adiante algo melhor, maior, real e recíproco.
Os amores são lindos, tórridos, eternos, é muito engraçado como me mato em cada um deles, como entrego minha alma a cada respiração, é divertido, até a dor é cômica. Ando tirando sarro das aflições momentâneas que sinto, da angústia secundária que habita os meus dias, é temporário Lorrânia, é sim.

Não faz muito tempo que sua vontade passou, já a minha faz tempo que não quero que passe.

1 de agosto de 2010

insanidade.


Se fosse preciso juntar todos os momentos da minha vida em que eu quis ir embora, acho que ‘Forrest Gump’ seria meu companheiro de corrida. As minhas palavras são de fases, nunca me apeteceu o lance de mostrar, nunca precisou. Agora é diferente, faço por mim, apenas. Toda aquela balela que você esta acostumado a escutar, as lágrimas, as promessas, os pedidos de desculpa, ah meu bem, não.
Você escolheu, eu acatei simples assim, como nunca foi. Agora eu escuto certas músicas e lembro sim de você, não mais com aquele semblante esperançoso ou idealista por seu amor, eu só lembro as duras palavras que você me disse, as vezes que me deixou sozinha, a dor, a indiferença. Se vá, vai, logo.
Seu tempo passou, acabou e não sou hipócrita em desejar-lhe o bem, quero que seja tratado como tal, como lixo, com peso, quero que se dane. Acho que não vale mais a pena te citar por aqui. Nem nas frases, muito menos no peito.
Até.

L.

29 de julho de 2010

pontodeequilíbrio.



Aqui estou, em frente a este minúsculo computador, abarrotada de afazeres desestimulantes, o bafo estarrecido da minha chefa gritando por resultados e o pensamento só em você.
Eu meio que parei de tentar descrever o que eu sinto, penso, ou até mesmo o que você pensa. Sabe, estou de saco cheio da falta de ar, de errar, de te machucar, acho que finalmente eu realmente vou crescer. Não crescer metaforicamente, não continuar com aquele ar de ‘tudo sabe’, isso não. Estou sentindo a necessidade de crescer para mim, nada de indianismo ou afim, só ler meu livro e te esperar. Vai doer, vou sofrer, ossos do ofício ou simplesmente amor.
Não posso lhe pedir que me espere, que abra seus olhos mais uma vez, que acredite no que você já desistiu, não posso, mas peço. Fique de longe mesmo, quieto, agüente firme a nova fase, seja feliz, conheça outras garotas, sinta a minha falta, o meu amor não é mais o mesmo, é maior, agora é real, quero poder de novo caminhar contigo.
Os dias passam e a memória insana de seus beijos escancara quanta besteira eu fiz, que eu te afastei de mim, e a parte mais difícil vem agora. Eu sei, eu fiz, eu quero corrigir. Chega de palavras, de ilusões banais, chega disso. Só preciso acreditar que você esta me olhando, que esta querendo não querendo acreditar, só fique ai sendo o meu menino.

A felicidade é algo tão simples, o amor é difícil, dolorido, mas no final tudo fica bem, fica sim.

L.

23 de julho de 2010

beco.


Sinto-me tão bem. Estou com preguiça de escrever, na verdade estou molenga em tentar descrever o que estou passando. Morro de amor, então vivo dos detalhes. Dói lembrar as lembranças, mas não há nada que possa ser feito. Meus pedidos, minhas suplicas, seus sinônimos.
Estou aprendendo a caminhar só. A sua sustentabilidade ainda é necessária, acho que sempre será. Eu ando tão recheada de cansaço desse sentimento que cessei minha luta diária para tentar te esquecer, simplesmente não dá, não agora.

As minhas palavras são rotineiras, repetitivas, elas são sinceras.
Sentimentos, desejos, saudade a parte.
Hoje tudo importa, até você.

21 de julho de 2010

estava aqui.


Eu te amei tanto que nem o mais astuto poeta consegue explicar. Cada sorriso dado era contemplado como o fim dos dias, cada abraço era como se jogasse do penhasco mais alto, cada beijo me fazia perder o chão, era liberdade demais pra tanto amor, era seu, meu, era um.
Eu me perdi, você se foi. Quando você se foi eu me perdi literalmente. A culpa anda pesada demais pra tanto remorso, eu só queria me mostrar o quanto ainda existe.
Eu falho, te machuco, te odeio, preciso de você, eu te amo. Eu te afasto, te peço pra voltar, eu não me reconheço. A sua voz me fez ver que a sua mão ainda esta no mesmo lugar, que o seu amor – por mais dolorido que esteja- ainda esta ai, o meu menino ainda sonha em ser meu, ou não.
Já te disse por tantas vezes para acreditar em mim, que agora a veracidade das palavras não importam mais, eu quero você, sempre quis. Só não se vá dessa vez, por favor.

20 de julho de 2010

por mim.




Vêm, toma, enxerga.
Pele macia, desenhos absortos, se vá.

Se vá, perdure, fique.
Esta em mim, vontade, desejo, estrada.

Um dia, horas.

você.

7 de julho de 2010

nu.



'... coisa que depois de muito tempo
a gente possa olhar e sorrir,
mesmo sem saber por quê. ...
(Caio F.)

O que ta acontecendo?! Não consigo escrever mais nada sobre você, por mais que na memória permaneça intacto o seu sorriso, as borboletas no estômago que sentia com seu toque, não. Não sei se agradeço os dias por isso, mas no momento sinto raiva de mim, não por ter deixado você ir ou por não ter conseguido lutar por você, isso não. Sinto raiva por não doer, sinto nojo pela ausência de sentimento, não que não haja, mas dormiu. Que droga de amor é/foi esse que o desejo fala mais alto. Juru que te amei com todas as minhas forças e quando as minhas acabaram você ainda me sustentou. Me desculpa. Não para você, por mim. Achei que fosse diferente, pensei que fosse você, me enganei.
Que droga de posse esta que me toma, até isso esta passando, rápido, dolorido, indolor. Você me amou, me satisfez, me idolatrou, foi recíproco e sincero. Não era pra ser o fim agora. Hoje finjo que não me importo, mas basta olhar nos olhinhos apertados (tantas vezes beijados) que sinto que ainda resta amor, não o suficiente dos dois. Um dia eu te amei, acho que sempre vou lembrar-me de você, de mim, de nós.

Um dia vou te encontrar e te abraçar, sem resposta, só escutando as batidas do seu coração. Eu te amo tanto que não te amo mais, não agora.

L.

6 de julho de 2010

love.


...'' Eu tenho andado feliz. E sim, continuo falando de amor, escrevendo os mesmos textos de sempre, poetizando qualquer coisa que apareça e fingindo não ser romântica.

Agora eu acabei de equilibrar a doçura, nas pontas do pés. Consegue ver? Se eu deixar cair, espalha. Sorri no escuro ao lembrar minha infantilidade em procurar o vento, naquela época, para que as palavras chegassem suaves aos teus ouvidos. Fico feliz em notar que ainda carrego delicadeza nos dedos ao escrever a você. Não nos despedimos. Essa semana peguei um táxi e passei do ponto porque simplesmente estava sorrindo pensando que, ah!, são coisas muito bonitas nos esperando. E quando pisei no chão, primeiro com o pé esquerdo, deixei cair o pirulito de coração. Despedaçou-se enquanto tive uma certeza: eu vou te amar em todos os meus amores. Já não contesto.
Outro dia revi Apenas o fim. Cada diálogo foi como se compusesse nossa despedida. Foram coisas lindas. Coisas bobas. Coisas nossas. Ele você ela eu. Quis te mandar um torpedo, quando foi dito: você é meu chicletinho mastigado. Não somente por ser a cara do que fomos, mas também porque interpretei de um jeito engraçado, sabe? É que vai ver o doce se perdeu, mas continua a grudar. Está grudado. Vai sempre ficar um pedaço, uma marquinha.
Ficou.
Aprendi que não existe pedagogia para sentimentos. Eu tive febre. E passou. Passou aquela vontade de querer te ligar durante o sinal vermelho só para contar do que andou acontecendo. A vontade de te contar das minhas revoltas, das minhas mudanças. Ando tão madura, tão mais boba, mais eu, menos você. Passou a vontade de falar do medo que tive nos primeiros dias, de ser a cada hora menos você. Passou. Passou inclusive o meu sorriso contente ao me imaginar escrevendo e lembrando você, num futuro, balbuciando entre um suspiro e outro, com uma voz muito concentrada no azul, a frase do poeta: minha impressão é que tenho amado sempre.
Por ter/ser passado, hoje, quero pedir: não me devolva nada. Não me entregue tuas ternurinhas. Não me devolva tudo o que já te entreguei, agora, quando já não interessa. Você deixou a porta entreaberta, eu fechei. Fecho. Se abra inteiro, encontre alguma menina interessante, me deixe passar. O meu amor foi grande. É imenso. É sempre teu. Mas não mais vivemos juntos nele. Ainda penso conseguir um dia estar ao teu lado, saber te ouvir, arranhar teus ouvidos com meus sorrisos, ficar horas pendurada ao telefone. Me engano, assim, para doer menos. Já doeu demais.
Continuo a te querer bem. Respeito nosso relicário. Respeito você. Sempre que noto as coisinhas construídas que me foram deixadas, me sinto bem. Faz cócegas ter você me alicerçando. Amores de ontem, todavia, devem ficar na poesia intocável. Por isso afirmo que aqui, nesse parágrafo, estou me despindo de você. Deixo tudo. Vai haver um ponto final adiante, porque aprendi a usá-lo. Deixo aqui. Não aceito devoluções. Se não for teu, sempre será de alguém. Te abraço com calma, para que os corpos solucem todos os beijos que não foram dados. Te entrego alguma coisa bem bonita. Que todo o amor que deixei seja teu, ainda que levado por outro alguém.

Que o coração jamais se apague.

PS: O que importa, realmente já foi feito. E é nosso. Sempre seremos nossos, porque ninguém nunca nos terá igual. Nunca havia sido tão assim, eterno.

liricass

2 de julho de 2010

quando fexo os olhos.


‘ Se todo alguém que ama
Ama pra ser correspondido
Se todo alguém que eu amo
É como amar a lua inacessível
É que eu não amo ninguém 
Não amo ninguém
Eu não amo ninguém, parece incrível
Não amo ninguém
E é só amor que eu respiro. ’

(Cazuza)

Eu não consigo escrever nada, eu não consigo pensar em nada, até você saiu daqui.O sofá no canto da sala já não tem a sua forma marcada como de costume.
Eu não consigo me doer por mais nada, ela já mora aqui ha algum tempo.
Intensidade, inércia, ausência. Auto-mutilação, só pode, me dói não me doer mais por você.
Eu não consigo escrever mais nada, ainda mais se for pensando em você.

L.

30 de junho de 2010

fechadura.


'Às vezes é preciso levar os olhos para dentro do escuro
e ter coragem de acendê-los.
Ver é a primeira bênção na direção do desaperto'

[Ana Jácomo].



Deparo-me com as letras minúsculas e fervorosas na minha frente.Sempre defendi a teoria de que um simplório segundo pode mudar tudo, pois bem, não foi o mero segundo que alterou drasticamente a rota que eu estava seguindo, pelo ao contrário, foram os dias, as horas, a dor. Para perder o costume de melancolia exorbitante, não quero descrever, auto-descrição, ou sei lá o que, hoje quero apenas viver o aperto que está indo embora, a vontade absurda de acender meu fogo e te beijar, sem nada, só tocar.Eu tenho essa mania absurda de nostalgia, melancolia, ou qualquer sinônimo disso, mas acho que os meus dias doentios estão marejados de tantas lágrimas e nós na garganta. Eu prefiro dar lugar ao delírio consciente, aos risos sinceros, eu prefiro estender o tapete vermelho para o amor.Seus olhinhos apertados ainda estão aqui guardados dentro de mim, a sua vontade de me amar esta na minha alma, não tente me convencer que o erro foi singular, foi recíproco, aconteceu.
Ufa.
Não quero mais lamentar-me das possibilidades não ocorridas, eu só quero fechar os olhos, lembrar do seu beijo e me jogar em um sorriso sincero e leve. Um dia eu desejei tanto você que me esqueci de mim, esse dia passou junto com todo amor que te dei. Eu ainda espero você (inconscientemente).

22 de junho de 2010

lô.


Os dias não demoram mais a passar. Os ponteiros do relógio que antes atormentavam meu coração, hoje já correm para saciar todos os meus desejos. O tempo se tornou meu melhor remédio. As manhãs já não são melancólicas e cinzentas, o abrir dos olhos já sabem que belos sorrisos e gostosos abraços virão ao longo do dia, nada mais me tira os pés do chão sem um bom motivo, claro. A aceitação da dor é algo inexplicável, me ver completamente diferente de dias atrás me faz crer na renovação, no caminho árduo que todos passam e (quase) ninguém se entrega. É muito bom poder sentir o vento tocando seu rosto sem se importar com mais nada, com ninguém.
É vital.
Não me apetece o lance de outro, de ir além, eu estou aproveitando o ninho que faço em minha cama todas as noites, os pensamentos egoístas típicos do estado, é bom aprender a viver sozinha, literalmente. Os dias não demoram mais a passar. Não que eu não lembre cada detalhe do seu rosto, do carinho gostoso, da respiração ofegante, não é isso, é que eu apenas deixei você ir, sem dor, sem mágoa, nada mais. Da mesma forma que me perdi em seu sorriso, me encontrei em seu rastro de indiferença e decisão, não mais, sem mais.O sorriso estampado na face retrata o sol esquentando meu corpo, cada segundo das minhas horas são regados a doses precisas de paciência e diversão, estou me perdendo em mim.

18 de junho de 2010

em vão.


Hoje-agora-nesse-exato-momento eu estou pensando em você e em coisas que não devia. É, sei disso mas continuo pensando. E por que? Dizem por aí que isso é obsessão, outros dizer que é amor... Eu chamo de inevitabilidade (o que creio ser um neologismo, btw). É inevitável ter você na cabeça vezenquando. Mas é evitável querer exteriorizar isso. E eu tenho evitado, acho que de forma (in)consciente. Porque, de verdade, não sinto a menor vontade de ir falar com você. Acho que aprendi, finalmente, que muito de você foi e sempre será projeção minha. Até o você que não é meu é minha projeção. Daqui e do agora eu não me sinto nenhum pouco a fim de correr pra você de novo - acredite ou não. Na verdade eu sinto 'apenas' (se é que isso é pouco) falta do que você fez comigo (de tudo, até do que doia). Uma enorme falta de como era só ter você, solitária e única em minha mente. Falta de esperar por você, nos mais amplos sentidos dessa palavra... Falta de esperar você sair e voltar, esperar você vir pra mim, ter esperanças em você. Falta de querer, de ter lágrimas pra chorar e voz pra pedir/gritar/implorar. Falta de como era a angústia, de como me machucava e curava com um simples piscar de olhos. Deve parecer loucura, mas me peguei tentando lembrar teu gosto pra poder sentir falta dele.
E guess what, mor?
Eu lembrei e senti, senti falta. Assim como senti falta das suas mãos nas minhas, naquele encaixe que eu tenho certeza que jamais haverá igual; falta dos seus olhos nos meus, olhando lá dentro e deixando que eles dissessem tudo que você não conseguia; falta do nosso abraço apertado e morno; falta da tua voz pequena e bem lenta mais perto que nunca dos meus ouvidos. Senti falta, na mesma proporção, do peso e das borboletas que custumavam habitar meu estômago. Sinto falta, creio que principalmente, de como era fechar os olhos e saber que você estava perto, ainda que aí longe... É, devo estar louca. Mas sinto que senti tudo isso porque não sinto mais nada desde você.

Texto feito por Dane.

3 de junho de 2010

as voltas.


O que me vem à cabeça nesse turbilhão de pensamentos medíocres é a existência do amor recíproco. Ênfase na reciprocidade, pois não indago o amor de pai e mãe ou afins, o que coloco a prova neste instante é a veracidade de um amor em conjunto, juntos na mesma finalidade.
Aquele papo de ‘vamos viver felizes’ pra mim já virou uma grande balela, todo este sentimentalismo barato e enfadonho não me alcança mais na longitude da dor, gosto da rebeldia posta em meus pensamentos sórdidos, da ignorância ao escutar certas palavras olho a olho, nada me corrói, só o meu veneno.
E deste mesmo veneno eu possuo o antídoto, às vezes confesso que me perco na nostalgia de belos afagos, gostosos beijos, doces promessas sussurradas ao pé do meu ouvido, no entanto o casco já saturado dos rifles sofridos aprendeu a agüentar muitas surras, muitas balas, muitas promessas.
Eu não ligo mais pra pouco barulho, eu quero sentimentos que me façam sair debaixo do edredom, que me tiram a razão, eu necessito de novidade.

Nada mais, nem mais, cadê você.
Indecisões a parte, o resto esta bom, prazeroso e roncando ao meu lado.
Despeço-me sem muitas perduras.
Um beijo, um queijo e diversas inspirações, sempre regadas a boas risadas.

L.

28 de maio de 2010

yo.


Sinto vontade de escrever minhas amnésias vividas, sinto vontade de relembrar alguns abraços infindáveis, sinto vontade de sentar na beira da calçada e esperar o tempo passar.

Entre risos sinceros me encontrei perdidamente em seu sorriso. Gosto de me apaixonar, por coisas, pessoas, por mim. Diariamente luto contra a rotina que me deixa exausta, que suga meu brilho e apaga minha alegria, mas não.

Eu sou metódica, chata, ligeiramente encantadora, sou manhosa, me sinto bem nos meus momentos nostálgicos, amo morrer de amor, melancólica, odeio admitir minha intensidade (no entanto sou, fato), fujo das ruas congestionadas pelos mesmos carros, eu não busco a diferença.

Procurar as coisas demais acaba gerando expectativas, e como somos afortunados seres humanos o resultado nem sempre é o esperado, por isso comecei a não esperar nada de ninguém, é melhor, mais saudável e a vida lhe rende boas surpresas.

Hoje eu só quero afogar minhas lágrimas de algo que nunca foi meu, só hoje.
L.

era tudo mesmo.


Eu quis dizer, você não quis escutar
Agora não peça, não me faça promessas
Eu não quero dizer, nem quero acreditar
Que vai ser diferente, que tudo mudou
Você diz não saber, o que houve de errado
E o meu erro foi crer, que estar ao seu lado... bastaria
Ah! Meu Deus era tudo que eu queria
Eu dizia o seu nome, não me abandone
Mesmo querendo, eu não vou me enganar
Eu conheço seus passos, eu vejo os seus erros
Não há nada de novo, ainda somos iguais
Então não me chame, não olhe pra trás
Você diz não saber, o que houve de errado
E o meu erro foi crer, que estar ao seu lado... bastaria
Ah! Meu Deus era tudo que eu queria
Eu dizia o seu nome, não me abandone jamais

27 de maio de 2010

lp.



Eu esperei tanto de você que mal esperava de mim.
As noites mal dormidas já estavam me deixando saturada de tanta instabilidade.
O seu corpo me esculpia em sua cama quente.
O seu sorriso gostoso me fazia perder o ar, era você, sempre foi você.
As palavras soltas no ar nos cortaram e a sua veracidade cedeu.
O tempo nos fez, nos levou, me encontrei.

Tic-tac...tic-tac.
Já esta na hora.

lola.


Eu gosto da soberba, da indecência das noites mal dormidas, das palavras que saem da minha boca já alcoolizada pelos doces destilados.
Eu me perco nas luzes psicodélicas que meus olhos tentam acompanhar, eu gosto do charme da lua, do jogo frenético e animal que habita as casas minúsculas que rolam os desejos.

Gosto da alegria que arde nos meus olhos já cansados e exaustos de tanto som aos meus ouvidos, mas quero mais, mais desejo, mais toque, mais álcool, mais noite.

Objetivos traçados, como se fosse uma caça ao que não se possui, nem existe ao menos a pretensão de possuí-lo, chega a ser cômica a noite, as pessoas, as minhas vontades.
Perder-se também é caminho, já li isso em algum lugar e é quando me perco que encontro a luxuosa saída daquela feira de vaidades, os raios do sol queimam meu corpo já desfalecido pelas loucuras feitas, não me importo, não quero me importar com mais nada.

Estou indo embora, mais uma vez.

12 de maio de 2010

meu quilate.



Às bordas do abismo localizam-se meus pensamentos obscuros e tardios para certos momentos, o condescendente coração aprendeu muito bem as vantagens do perdão, do querer bem independente dos efeitos.
Quem periodicamente passa por minhas palavras expostas tão confusamente, percebe que minhas substâncias são simples e poucas, bem parcas para falar a verdade. Não que me contento com escassez, não é isso, é que simplesmente aprendi a ver o melhor das pessoas (pelo menos tento), a crer que o homem que destrói nosso meio é o mesmo homem que abraça o outro quando ele cai, percebi que faz um bem enorme a alma esperar o melhor, quase sempre.
Eu não anseio mudanças drásticas, o meu deslumbre de felicidade está no pico, sem limites, sem pudor, sem delongas. Os meus pés seguem aquele clichê banal de voar sem sair do chão, a minha certeza perante um ser já conhecido é vital para nossa existência, é nas minúcias da beleza oposta que perdura o meu amor.
Afirmo veementemente em minhas linhas as características robustas que possuo, sem deixar encostado ao pé da mesa o sentimentalismo barato que tanto me marca e as lágrimas que rolam fáceis em certas horas da vida. Sou feita de saudade, me consome de prazer às velhas lembranças contadas ao redor de olhares distantes com a realidade posta na face, sou feita de amor, de nada valeria meus segundos sem uma boa razão incondicional para isso, seja quem for ou o que for, eu sou feita de mim.

Dengo, conversas bobas, risos frouxos, meu coração esta lá, sempre esteve.

L.

5 de maio de 2010

centrismo.



Em meio à fumaça que adere nas paredes da sala, me perco em meio a tanta nostalgia regada a doses de risadas. Os pensamentos fúnebres lutaram para abrigar a conversa um tanto perturbadora, no entanto a alegria pelas conquistas não requeridas, a emoção pelas noites inconsistentes e a perca do medo pelo desejo do desconhecido, nada permitiu que aquele momento fosse embora.



Eu gosto do passar dos dias, das horas, do anseio pelos minutos, a sensação de ignorância me obriga a olhar para baixo, me puxa da leveza das nuvens e me mostra que daqui (também) corre sangue.



É tão prazeroso olhar para as coisas velhas e perceber que cada uma possui sua história, que nada foi em vão, que as recordações guardadas a sete chaves são expostas mais rápidas com bons abraços e as dores insuportáveis (com o tempo) são apenas pequenos sorrisos no canto da boca.



Eu não quero muita coisa, preciso apenas da boa vivacidade dos meus poucos anos, do sorriso infantil e as atitudes impensadas, eu nunca vou deixar isso ir embora, é essência, me faz bem. Espero que a realidade se distorça sempre aos meus olhos reais e esperançosos, muitas vizinhanças se achegarão, isso eu tenho certeza.

24 de abril de 2010

abril.

Eu só quero me inspirar. Só desejo a partir de agora a olhar para os lados e realmente enxergar quem me segura, quem me suporta nos momentos de ira, quem me critica quando não consigo mais ser azeda, eu só quero ter paz.
Das escolhas tomadas, a de hoje me dói sem dor, a angustia antes que me trazia a insônia como companheira hoje me faz ter sonhos tranqüilos, me obriga a armar o que já tinha sido desmontado.

Doce inspiração esta que tapava meus olhos e amenizava meu coração, amargo é o gosto que ficou em meus lábios, na memória permanecem as duras palavras ditas friamente, ficou a inércia das ações em momentos distintos, finalmente acho que a minha paz chegou.
Os meus poucos anos não me fazem mais madura, pelo ao contrario, é diariamente que vejo como o tempo é gostoso e rejuvenesce, é através dele que me perco em novas experiências e me iludo nas indecências da vida. Eu gosto da indelicadeza, do mimo masculino que tanto me afaga, eu me perco na noiva gelada que me liberta do caos cotidiano, eu gosto de ser nostálgica, eu aprecio tudo do bom e do melhor, isso esta explicito, fato.

Não me restam muitas coisas hoje, ficaram apenas os bons colos e as boas guerreiras de sempre, isso me basta (sempre me bastou). Eu me encontro nas quedas, me levanto sempre com a velha ironia habitual, eu adoro desafios.

Sejam bem vindos vinte e um anos, mais veracidade, mais devaneios, mais juízo.



Besos.

L.

9 de abril de 2010

continua lindo.


Ultimamente poucas coisas me tiram debaixo do meu edredom aconchegante e da mordomia explicita que me rega diariamente, no entanto, resolvi levantar a cabeça um pouco mais e enxergar o minúsculo televisor ao pé da cama e decidi escutar as lágrimas doídas de quem tudo se perdeu.
Hoje não estou muito inspirada a escrever belas palavras com a dureza habitual, não quero isso não, hoje venho somente pedir-lhes que rezem, não sei se é válido pelos os que já se foram, mas pelo os que ficaram, as pessoas que mantiveram o único bem vital, nada mais.
Toda essa ladainha esta exposta nos noticiários nacionais e explorada bem grotescamente, mas é inevitável não se emocionar ao ver aquela lama varrendo o que era escola, igreja, um lar.



Tudo isso é apenas o resultado, agora cabe a você pensar o que esta fazendo com a equação.



L.

22 de março de 2010

vista.


Indagaram-me por que eu empaquei em meus textos.


Silêncio.


Resposta, aqui estou. Eu acreditava em muita coisa que hoje, meus joelhos não agüentam. Um senhor, já esperando a Dona Morte chegar me disse um dia que de amor se pode viver, só corra atrás dele pra não viver vazio. Desde então venho buscando amor em tudo que toco, sinto, respiro. Os noticiários me desanimam, poxa, enfrento o trânsito calamitoso dessa capital todos os dias, escuto muitas vezes o que não sou obrigada a ouvir e ainda me deparo com noticias de desastres, mortes e corrupção. Quem agüenta isso?! Quero minha alegria imatura de volta, por favor, quero me preocupar com as notas do colegial, quero saber se ele vai me ligar no outro dia. Parei. Do que vale ser brasileiro e não desistir nunca, se é só com um click que já me sinto desmotivada a ser feliz, a ter esperança. De que vale campanhas fraternais se o digníssimo cidadão mata um ao outro?!

Com toda minha prepotência e ausência de humildade, ainda existe aqui uma guria que ri (pouco, confesso), mas sorri para as pessoas que confia. Se me permitissem pedir alguns desejos, afinal três não são suficientes para resolver essa joça, eu desejaria que todos pensassem no próximo como pensa em si, pediria veracidade em todas as atitudes, eu sonharia com a igualdade. A minha fé luta pra ficar onde esta diariamente, sei que já já muitos textos irônicos surgirão, muita coisa vai voltar a ser como era, paciência é uma virtude e graças a Deus essa concerteza eu possuo.

L.

Minha mente, minha prisão.

Minhas palavras, meu mundo.