30 de dezembro de 2010

ta desenhado.


'E lá no fundo da mala eu encontrei o seu coração,
lá no fundo da mala eu ainda avistei você'
Lorrânia Viana.

Sabe que eu escutei uma verdade ontem?! Você ainda esta aqui.
Seu nome não sai da minha boca, olho seu corpo e um calor absurdo ainda me esquenta, você ainda esta aqui. Não sei se rio da minha cara ou se tiro algum proveito dessas lembranças.
Sabe carinha, não sinto mais vontade de segurar sua mão, não sinto nem desejo de conversar contigo cinco minutos, mas acho que sou boba demais e não consigo sentir nada ruim com você, para você, por você. Acho que tudo isso é culpa do quarto que você insistia em bagunçar e eu vinha atrás arrumando, da sua mania horrorosa de comer vinagre com salada, do som da sua risada infantil quando você conseguia passar uma fase do vídeo game que tanto gostava, é carinha, passou.
Passou tanto que nem me lembro como era as nossas manhãs, meu deus, olhei os pezinhos de anão que eu tanto amava e cadê?! Cadê aquele aperto gostoso, aquele tique insuportável de mexer o nariz, cadê aquele sentimento de segurar sua mão e explodir o mundo?! Pluft. Sumiu.
E não me martirizo por sumir isso, porque eu sei que o que restou é lindo e duradouro. ‘Te amo como nunca amei ninguém’, é bem por ai mesmo. Mesmo sabendo que você odeia pagode eu ainda me recordo de você nessas músicas bregas e com a melodia horrorosa. Haha.
Ta vendo?! Eu peguei a sua insanidade, sua mania feia de fumar o cigarro parecendo um sapo em estado terminal, eu guardei no fundo do meu guarda-roupa sua camiseta preta, eu preservei você por inteiro. Não dói mais, suas tiradinhas não me ferem mais e eu ainda grito pra você pegar uma cerveja pra mim.
Quando eu penso em você, nos seus desenhos, nas suas músicas, as palavras esvaem na tela rapidamente, você ainda me inspira cara, é fantástico.

É carinha, me disseram uma verdade hoje, acho que eu ainda amo você.

L.



Minha mente, minha prisão.

Minhas palavras, meu mundo.