4 de janeiro de 2011

devolve moço.


'ele disse pra ela o quanto a amava,
ela sorriu e fechou a porta.'
Lorrânia Viana.

Acho que estou com sintomas de escritora.

Não sei se Lispector era tão depressivo-suicida, mas no momento estou sem ar e com uma vontade enorme de não amar... Sim, a defensora dos corações pisoteados e rejeitados esta abominando a idéia do amor e toda sua parafernália.
Não que eu tenha me revoltado, nada disso, só esta doendo demais pra caber nos meus um metro e sessenta e seis. Estou cercada de tanta gente, cadê você?! Eu achei que era você carinha. Estou rindo discretamente das minhas ilusões, ‘ô guria que não aprende nunca’ já dizia meu velho pai, esperto esse cara, muito espertinho.
Eu não consigo respirar, eu respiro você, respiro suas risadas imbecis, eu sinto sua dor como se fosse minha, eu respiro você, devolve meu ar.
Sabe de uma coisa?! Ontem eu te usei. É... Usei, abusei e me lambuzei. Não apenas do seu corpo, pior, caçoei com sua mente, mexi com seus pensamentos, eu percebi que não sou feita para você.
Escrevendo cada palavra aqui dita, o meu amor ainda insiste em fugir dos meus pulmões, penso em acender um cigarro, mas isso me lembra você, penso em comer algo, mas isso também me lembra você. Droga. É não tem jeito carinha.

Eu sei que não preciso de você para caminhar, só que andar segurando sua mão seria bem mais divertido.

L.



Minha mente, minha prisão.

Minhas palavras, meu mundo.