30 de junho de 2010

fechadura.


'Às vezes é preciso levar os olhos para dentro do escuro
e ter coragem de acendê-los.
Ver é a primeira bênção na direção do desaperto'

[Ana Jácomo].



Deparo-me com as letras minúsculas e fervorosas na minha frente.Sempre defendi a teoria de que um simplório segundo pode mudar tudo, pois bem, não foi o mero segundo que alterou drasticamente a rota que eu estava seguindo, pelo ao contrário, foram os dias, as horas, a dor. Para perder o costume de melancolia exorbitante, não quero descrever, auto-descrição, ou sei lá o que, hoje quero apenas viver o aperto que está indo embora, a vontade absurda de acender meu fogo e te beijar, sem nada, só tocar.Eu tenho essa mania absurda de nostalgia, melancolia, ou qualquer sinônimo disso, mas acho que os meus dias doentios estão marejados de tantas lágrimas e nós na garganta. Eu prefiro dar lugar ao delírio consciente, aos risos sinceros, eu prefiro estender o tapete vermelho para o amor.Seus olhinhos apertados ainda estão aqui guardados dentro de mim, a sua vontade de me amar esta na minha alma, não tente me convencer que o erro foi singular, foi recíproco, aconteceu.
Ufa.
Não quero mais lamentar-me das possibilidades não ocorridas, eu só quero fechar os olhos, lembrar do seu beijo e me jogar em um sorriso sincero e leve. Um dia eu desejei tanto você que me esqueci de mim, esse dia passou junto com todo amor que te dei. Eu ainda espero você (inconscientemente).

22 de junho de 2010

lô.


Os dias não demoram mais a passar. Os ponteiros do relógio que antes atormentavam meu coração, hoje já correm para saciar todos os meus desejos. O tempo se tornou meu melhor remédio. As manhãs já não são melancólicas e cinzentas, o abrir dos olhos já sabem que belos sorrisos e gostosos abraços virão ao longo do dia, nada mais me tira os pés do chão sem um bom motivo, claro. A aceitação da dor é algo inexplicável, me ver completamente diferente de dias atrás me faz crer na renovação, no caminho árduo que todos passam e (quase) ninguém se entrega. É muito bom poder sentir o vento tocando seu rosto sem se importar com mais nada, com ninguém.
É vital.
Não me apetece o lance de outro, de ir além, eu estou aproveitando o ninho que faço em minha cama todas as noites, os pensamentos egoístas típicos do estado, é bom aprender a viver sozinha, literalmente. Os dias não demoram mais a passar. Não que eu não lembre cada detalhe do seu rosto, do carinho gostoso, da respiração ofegante, não é isso, é que eu apenas deixei você ir, sem dor, sem mágoa, nada mais. Da mesma forma que me perdi em seu sorriso, me encontrei em seu rastro de indiferença e decisão, não mais, sem mais.O sorriso estampado na face retrata o sol esquentando meu corpo, cada segundo das minhas horas são regados a doses precisas de paciência e diversão, estou me perdendo em mim.

18 de junho de 2010

em vão.


Hoje-agora-nesse-exato-momento eu estou pensando em você e em coisas que não devia. É, sei disso mas continuo pensando. E por que? Dizem por aí que isso é obsessão, outros dizer que é amor... Eu chamo de inevitabilidade (o que creio ser um neologismo, btw). É inevitável ter você na cabeça vezenquando. Mas é evitável querer exteriorizar isso. E eu tenho evitado, acho que de forma (in)consciente. Porque, de verdade, não sinto a menor vontade de ir falar com você. Acho que aprendi, finalmente, que muito de você foi e sempre será projeção minha. Até o você que não é meu é minha projeção. Daqui e do agora eu não me sinto nenhum pouco a fim de correr pra você de novo - acredite ou não. Na verdade eu sinto 'apenas' (se é que isso é pouco) falta do que você fez comigo (de tudo, até do que doia). Uma enorme falta de como era só ter você, solitária e única em minha mente. Falta de esperar por você, nos mais amplos sentidos dessa palavra... Falta de esperar você sair e voltar, esperar você vir pra mim, ter esperanças em você. Falta de querer, de ter lágrimas pra chorar e voz pra pedir/gritar/implorar. Falta de como era a angústia, de como me machucava e curava com um simples piscar de olhos. Deve parecer loucura, mas me peguei tentando lembrar teu gosto pra poder sentir falta dele.
E guess what, mor?
Eu lembrei e senti, senti falta. Assim como senti falta das suas mãos nas minhas, naquele encaixe que eu tenho certeza que jamais haverá igual; falta dos seus olhos nos meus, olhando lá dentro e deixando que eles dissessem tudo que você não conseguia; falta do nosso abraço apertado e morno; falta da tua voz pequena e bem lenta mais perto que nunca dos meus ouvidos. Senti falta, na mesma proporção, do peso e das borboletas que custumavam habitar meu estômago. Sinto falta, creio que principalmente, de como era fechar os olhos e saber que você estava perto, ainda que aí longe... É, devo estar louca. Mas sinto que senti tudo isso porque não sinto mais nada desde você.

Texto feito por Dane.

3 de junho de 2010

as voltas.


O que me vem à cabeça nesse turbilhão de pensamentos medíocres é a existência do amor recíproco. Ênfase na reciprocidade, pois não indago o amor de pai e mãe ou afins, o que coloco a prova neste instante é a veracidade de um amor em conjunto, juntos na mesma finalidade.
Aquele papo de ‘vamos viver felizes’ pra mim já virou uma grande balela, todo este sentimentalismo barato e enfadonho não me alcança mais na longitude da dor, gosto da rebeldia posta em meus pensamentos sórdidos, da ignorância ao escutar certas palavras olho a olho, nada me corrói, só o meu veneno.
E deste mesmo veneno eu possuo o antídoto, às vezes confesso que me perco na nostalgia de belos afagos, gostosos beijos, doces promessas sussurradas ao pé do meu ouvido, no entanto o casco já saturado dos rifles sofridos aprendeu a agüentar muitas surras, muitas balas, muitas promessas.
Eu não ligo mais pra pouco barulho, eu quero sentimentos que me façam sair debaixo do edredom, que me tiram a razão, eu necessito de novidade.

Nada mais, nem mais, cadê você.
Indecisões a parte, o resto esta bom, prazeroso e roncando ao meu lado.
Despeço-me sem muitas perduras.
Um beijo, um queijo e diversas inspirações, sempre regadas a boas risadas.

L.

Minha mente, minha prisão.

Minhas palavras, meu mundo.