14 de setembro de 2010

não mais outono.



Ensaio diariamente a música que você fez para mim, neste meu violão pueril recordo o som folk do seu instrumento que tanto gostava. As batidas da guitarra que você tocava tão bem libertam minhas dores, a seqüência perfeita da bateria me ensinou a controlar as batidas do meu coração.
Eu tento assimilar que tipo de sentimento é este aqui dentro, fora, por inteiro, você me consome por completo e ainda vivo por mim?! Que droga é essa que você me fez tomar?! Os pensamentos rodeiam lugares desconhecidos e dorme em você, acordam em sua boca, me deito no seu peito desenhado todas as noites.
O vento fresco finalmente percorre meu pescoço delicadamente, a minha vontade louca de te abraçar e dizer nada é imensa, mas ao mesmo tempo em que ela aparece, puf....cadê? É indecifrável, indescritível, eu nunca senti isso antes. Não me destrói, me empurra com uma força abrupta contra os meus medos e não dói, pelo ao contrário, me faz sorrir a cada amanhecer.

Obrigada você que apareceu nos meus dias, você que constantemente me obriga a ser menos insana, obrigada.
Agora posso começar o espetáculo.

Sejam todos bem vindos.

13 de setembro de 2010

no fear.


Poucas coisas me fazem caminhar segura, nada me tira o sorriso caricato, a vontade do passado, eu me acostumei à insanidade. Minhas crenças não precisam ser expostas, meus medos continuam sendo medos, eu só quero o bem, só isso.
Tudo me indaga e me fascina. 
Quero sempre uma boa roda de amigos (não muitos por gentileza) desejo um abraço sincero, o meu par de chinelos no pé e uma mão protetora. O resto eu me viro, como sempre fiz.



2 de setembro de 2010

de que lado você esta?



De um lado para outro me enroscando no lençol levemente rosado com seus detalhes floridos, a consciência desperta sabendo que preciso abrir os olhos e encarar mais um sol, um delicioso sol. Pego meu travesseiro já desgastado com as viagens insanas que passou, coloco sobre minha cabeça desejando mais cinco minutos desligada, mas não, o caos lá fora me grita.
Por frações de segundo tudo vem, meu deus, os vinte e um verões passam entre minhas pupilas mostrando cada amor, cada queda, choro, amizade, todos.  Ainda insisto em permanecer deitada, imóvel, a TV posta em cima da sapateira liga sintonizada no Jornal da Manhã, o som irritante do meu despertador ao fundo me obriga a levantar, pronto.
Banho. Água quente. Chaves. Coragem. 

Você.

Dirigindo em direção ao nada lutando contra o meu primeiro pensamento do dia, não preciso nem semicerrar os cílios para respirar a saudade. Passando pela praça que tantas vezes cruzamos me pego sorrindo e agradecendo por cada momento, eu sei que daqui a pouco tudo isso partirá, deixando o desconhecido e a alma leve. Sei que daqui a pouco vou me assentar perante bons abraços amigos, sorrisos silenciosos, vou me derramar no meu amor.
O carro em frente é apenas um das dezenas que engarrafam uma das avenidas principais desta metrópole, já não ligo pro atraso, não me amedronta a cara desgastada pelo estresse do meu chefe, só me importo quando cedo, apenas.
Troco incessantemente as fm’s que meu rádio barato sintoniza, cada palavra dita, cantada, gritada me recorda a sua paixão pela música, as letras que foram escritas para mim, as vezes que você tocou esperando apenas meu sorriso.
O carro atrás buzina freneticamente para que eu avance. Você ainda mexe comigo. Olho pro relógio e sei que o dia será longo, mas hoje será diferente, sem você, sem a dor habitual. A falta de ar mudou o motivo, estaciono em frente à fachada já conhecida e sei que tudo vai ficar bem.

Vai sim.

L. 

Minha mente, minha prisão.

Minhas palavras, meu mundo.