7 de novembro de 2010

me guia.



Sinto como se meu coração fosse saltar por minha boca. Os meus braços já não conseguem levantar nem o desenho infantil que um dia você fez para mim. Eu pensei que as estações me trariam a paz que tanto almejo, pelo visto minhas concepções de quietude alteraram.
Eu só penso em olhar nos seus olhos e sentir o gosto dos olhinhos apertados, só quero sorrir contigo ao vivenciar o silêncio que paira sobre nós, eu só penso no dia que vou te ver mais uma vez.
Engano a insônia com boas doses de álcool e inconseqüência, canto as mais divertidas músicas tipicamente deprimentes, levanto os copos em sua memória – como se lamentasse seu sétimo dia. Já se foram cinco meses vividos, intensos, sóbrios, preciso de muitas palavras para descrever, na verdade preciso de você.
Queria poder ser essa fortaleza que você sempre foi comigo, nos dias em que nós dois cambaleamos você arranjou forças da onde não tinha e nos segurou. Ainda hoje lendo as palavras que aos poucos surgem na tela do computador, me deparo com um amor imensurável, com uma saudade que rasga meu peito, nada mudou, tudo realmente mudou.
As lágrimas congestionam na garganta que sente vontade de te dizer que ainda estou aqui, ainda sou sua, de gritar que ainda podemos, mas você já esta longe demais e seus ouvidos estão fechados.
O que eu posso fazer agora é ir pra debaixo do chuveiro, sentir a água gelada no meu corpo cansado e esperar que tudo se resolva.

Minha mente, minha prisão.

Minhas palavras, meu mundo.