22 de fevereiro de 2010

direção.


  Quando penso que tudo se encaixa, que a calmaria se achega, lá vem a doce vida e chacoalha novamente. A incerteza presente no cotidiano me faz sentir viva, enaltece meus sentidos, me torna crédula na simplicidade.
Constantemente me pego pensando no provável, tentando ver além dos meus olhos humanos, precisando escolher a estrada mais caritativa e agradecendo a cada respiração, fato.
Cada alternativa é valida, cada escolha é suscetível a voltas, hoje eu opino em tudo que me pertence. A decisão de qual roupa vestir para ir ao trabalho, a dúvida ao escolher que boca beijar, que bebida tomar, a responsabilidade em assumir riscos, acho que cresci.
Por mais que eu ache os meus problemas intoleráveis, sempre existe alguém pior. É a partir deste pensamento que a hipocrisia tende a não habitar em mim.
As fagulhas presentes nas mentes humanas me enojam, as esfinges parecem ser mais sólidas que o desejo de ajuda, estamos podres. O uso das palavras grotescas e o comportamento burlesco é proposital, somos inertes a calmaria, não nos movimentamos perante educação, a massa só se mexe com a pluralidade.
Por mais deslumbrada com assuntos do coração eu continuo azeda, permaneço cética em relação ao homem (ser), eu só vou acreditar na melhora quando o mundo responder, enquanto isso eu faço a minha insignificante parte.

De que vale manter o chão limpo se atrás vem o cão sujando, tsc tsc, um dia o animal aprende.

Sem revolta, nada de rebeldia, é só amor e nada mais.
L.



17 de fevereiro de 2010

vá.




O céu hoje esta estonteante, não sei se meus olhos mudaram ou se é a minha alegria exorbitante, mais o enxerguei diferente, mais suntuoso, grandioso acho.
Independente de qualquer barulho que vem de fora, enfim aceitei o meu mundo. As minhas indecências sustaram perante o brilho que me faz sentir viva, os devaneios continuam, agora com mais fervor e singularidade, cada conversa antes jogada com más intenções, hoje são expostas com veracidade.
Creio que veracidade é a palavra certa. Há tempos não encontrava isso, não sabia mais o que era sentir além, pra alguém. Plena.
As minhas palavras estão tipicamente estáticas, sem um rumo certo, no entanto o que mais vivo é a certeza, sem depender de algo ou alguém, a petulância foi um tanto alterada, mas permanece aqui, ah isso não varia tão depressa. Não sei se textos abobalhados surgirão, gosto das surpresas ao amanhecer, mas o que eu vivo é mágico, belo, insólito.
Espero que sintam, vivam, sofram, morram, porque vou deleitar-me sempre, sem angustia.



Não quero mais nada, minha mesa esta abarrotada, as minhas frases estão expondo meu altruísmo e minha maledicência, chega de espelhos.



Beijos,



L.

12 de fevereiro de 2010

alma.



Sou melancólica por natureza.


Nada de momentos depressivos ou ataques súbitos de destruição em massa, eu simplesmente sou. Cada lembrança me faz abrir os olhos entusiasmada, tenho uma memória fotográfica insuportável, eu percebo facilmente.
Certa época da minha vida (haha, não, não tenho noventa anos) cheguei a pensar que defeito cretino essa nostalgia com o que eu amo, mas hoje não, esta em mim, é essência, na maneira como eu toco as pessoas, como enxergo a vida, em minha vontade de permanecer respirando.
Por mais incrédula e petulante na maioria das vezes, eu continuo sendo imbecil ao ponto de crer nas pessoas, gosto de acreditar que ainda somos humanos, que logo em frente ainda somos filhos do Cara.
O que não me atesta é a delicadeza, o querer bem, o carinho. Aprecio sensibilidade, porém pratico freneticamente a estupidez, tsc tsc, vícios de uma rotina exaustiva e saturada de atribuições.
Minha mente já esta pulando com as batidas do bumbo, o que me resta é terminar o dia bem e calma (espero). Lá fora a minha tatuagem e meus olhinhos apertados me esperam com o sorriso frouxo que faz os meus problemas sumirem, chega disso aqui.


Sem mais.
Beijos,



L.

9 de fevereiro de 2010

sombra.



Eu sinto vontade de gritar. Abro os olhos.

Felicidade esta que espanta, acolhe, acalma. Diariamente me pego tentando achar o motivo disso tudo, no entanto, creio que a razão esta em mim.
Não gosto desse papo de ‘aprendi...’, cada um com sua singularidade, não me venha com palestras motivacionais, a minha paciência não é tão irrestrita, porém as minhas poucas (e loucas) experiências me fazem pensar exageradamente a partir de agora, me obriga a enxergar o lado bom das coisas e me educou a ser gentil, sim gentileza gera gentileza.
Normalmente gosto do preto e branco, da insanidade que habita os meus dias, gosto do cheiro do meu quarto logo pela manhã, normalmente estou reclusa. A minha naturalidade é variável, os meus objetivos mudaram, hoje quero mais, muito mais.
Ando num fascínio absorto perante detalhes que antes eram imperceptíveis. O brilho ligeiro que corre nos meus olhos chega a ser burlesco, os meus atilamentos que captam o sorriso infantil, o toque doce que flui sob minhas mãos, ando encantada.
Espero que não passe, espero que assente, eu quero que fique. Eu que antes não pensava em construir castelos, pintar paredes, mover montanhas, hoje vejo que não é tão difícil, basta segurar a sua mão.

L.


pS. os textos são de minha autoria, logo, se quiser cita-los coloque meu nome por gentileza, grata.

8 de fevereiro de 2010

velharia.




Bem vinda de volta.
É com grande aperto no coração que te dou boas vindas. Fases, apenas. Deleito – me em cada uma delas, sentimento, muito por sinal. Quero, só. Amor, paixão, desejo, paixão, me explico. Misto, momento, por favor quero descer. Ficou pra trás e hoje não vou olhar por cima do ombro. Tudo se combina, se ajeita de maneira simples, é único. Estranho é pensar que volto a entrar no elevador sozinha, escolhas. Sou feita assim, meu mundo, minha forma, meus amores. Sou composta de vaidades, desculpas, simplicidade. Gosto do que é bom, curto o que é delicioso. Não entenda, mesmo porque eu não vou perder meu tempo.
Aloha, uma sábia me disse algumas verdades uma vez, agradeço a sua volta gata.


pS. achei esse texto perdido nos arquivos velhos. é divertido, sim.

Minha mente, minha prisão.

Minhas palavras, meu mundo.