Hoje-agora-nesse-exato-momento eu estou pensando em você e em coisas que não devia. É, sei disso mas continuo pensando. E por que? Dizem por aí que isso é obsessão, outros dizer que é amor... Eu chamo de inevitabilidade (o que creio ser um neologismo, btw). É inevitável ter você na cabeça vezenquando. Mas é evitável querer exteriorizar isso. E eu tenho evitado, acho que de forma (in)consciente. Porque, de verdade, não sinto a menor vontade de ir falar com você. Acho que aprendi, finalmente, que muito de você foi e sempre será projeção minha. Até o você que não é meu é minha projeção. Daqui e do agora eu não me sinto nenhum pouco a fim de correr pra você de novo - acredite ou não. Na verdade eu sinto 'apenas' (se é que isso é pouco) falta do que você fez comigo (de tudo, até do que doia). Uma enorme falta de como era só ter você, solitária e única em minha mente. Falta de esperar por você, nos mais amplos sentidos dessa palavra... Falta de esperar você sair e voltar, esperar você vir pra mim, ter esperanças em você. Falta de querer, de ter lágrimas pra chorar e voz pra pedir/gritar/implorar. Falta de como era a angústia, de como me machucava e curava com um simples piscar de olhos. Deve parecer loucura, mas me peguei tentando lembrar teu gosto pra poder sentir falta dele.
E guess what, mor?
Eu lembrei e senti, senti falta. Assim como senti falta das suas mãos nas minhas, naquele encaixe que eu tenho certeza que jamais haverá igual; falta dos seus olhos nos meus, olhando lá dentro e deixando que eles dissessem tudo que você não conseguia; falta do nosso abraço apertado e morno; falta da tua voz pequena e bem lenta mais perto que nunca dos meus ouvidos. Senti falta, na mesma proporção, do peso e das borboletas que custumavam habitar meu estômago. Sinto falta, creio que principalmente, de como era fechar os olhos e saber que você estava perto, ainda que aí longe... É, devo estar louca. Mas sinto que senti tudo isso porque não sinto mais nada desde você.
Texto feito por Dane.