25 de janeiro de 2010

des.


Reclusa em um cubículo sem janelas, tentando incessantemente sair pelas rachaduras impostas pelo tempo, sem entender ao certo os barulhos que vêem de fora, sigo mantendo-me em prontidão.
Consigo enxergar além do sorriso malandro, dos olhos serenos e do afago constante, mas não quero não. Meu céu, que por dias foi límpido, agora ficou cinza e com nuvens saturadas. Espero realmente que tudo se vá tão rápido quanto chegou.
Repetição infindável consome minha paciência, a mesma ‘ladainha’ diária me obriga a ser ríspida, eu não gosto da minha estupidez. Necessito do toque suave, das conversas idiotas de sempre, eu preciso de mim.
Concordâncias a parte, a primeira pessoa continua, o mundo gira e o júbilo cresce gradativamente. Os velhos sinais de rebeldia, o piercing, as tatuagens, as unhas nada discretas e a dificuldade em demonstrações de carinho em publico. Ainda moro no mesmo endereço.

Dessa vez não se tem fim, o que não tem começo também não tem desfecho.



L.

Minha mente, minha prisão.

Minhas palavras, meu mundo.